Acontece na vida de todos nós:
queremos o melhor para os nossos,
mas nem sempre podemos dar o nosso melhor;
amamos e, às vezes, precisamos que alguém demonstre esse amor por nós.
Neste espaço vamos trocar ideias sobre cuidados especiais - com idosos, enfermos, recém nascidos,
pacientes pós cirúrgicos, pessoas com deficiência, pacientes terminais, portadores de demência,
grávidas de alto risco...
Pois cuidar do outro é, antes de tudo,
a arte de exercer carinho e boa vontade.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Alzheimer: E se não existe cura?


LOS ANGELES TIMES - EDITORIAL 
Em estudo publicado no “Journal of Alzheimer's Disease”, um grupo de pesquisadores liderados pelo Dr. Ming Chen sugere que as “tremendas pressões sociais” levaram cientistas a procurar uma cura para a doença de Alzheimer que talvez não exista.
Ensaio sugere que a doença de Alzheimer é incurável
 
(Michael Morgenstern / For the Times)
Todos  os pesquisadores de Alzheimer concordam: a doença que rouba a mente é desoladora. Depois de três décadas de estudo que não produziram a cura, nem medicamentos que possam retardar significativamente o progresso da doença, alguns pesquisadores perguntam: E se não existe cura para o Alzheimer? E se é apenas um infeliz porém inevitável aspecto do envelhecimento, assim como as rugas da pele, a oesteoporose ou a doença cardíaca?
Em estudo publicado em dezembro no “Journal of Alzheimer's Disease”, um grupo de pesquisadores liderados pelo Dr. Ming Chen, da University of  South Florida, sugere que a pressão social levou os cientistas a focar o Alzheimer como uma doença curável. A despeito de todas as pesquisas, no entanto, eles dizem que a causa desse mal permanece desconhecida e “não há perspectivas de grandes progressos no futuro”. Os estudiosos não estão propondo desistir de tratar o Alzheimer. De fato, é o contrário: eles acreditam que os cientistas deveriam rever o foco dos seus esforços – ao invés de procurar um vilão patogênico subjacente, procurar meios de manipular a neurotransmissão no cérebro.
Em outras palavras, desenfatizar a busca pela cura e procurar por meios efetivos de prevenção e tratamento, focando na demência como parte do processo de envelhecimento. Eles acentuam a importância de controlar os fatores de risco, como diabetes e hipertensão, que predispõem ao desenvolvimento de Alzheimer, e energizar o cérebro através de atividades sociais.
Com o envelhecimento da geração baby boomer, a demência se tornará um grande problema social e de saúde pública. Cientistas seriam omissos se não reavaliassem constantemente suas missões e objetivos de pesquisa, reconsiderando as prioridades de financiamento de seus estudos. Eles deveriam certamente procurar mais tratamentos eficazes para o Alzheimer, e existem indicações de que estão procurando. Alguns pesquisadores de grande importância acreditam que eles estão, de fato, muito perto de retardar o processo molecular no centro da doença. Outros dizem que múltiplos fatores causam a condição, o que a torna ‘uma castanha dura de quebrar’, de acordo com Ronald Petersen, diretor do Centro de Pesquisas sobre Alzheimer da Clínica Mayo, em Minnesota, EUA.
O Dr. Ming Chen, líder da equipe responsável pelo estudo, diz que por muitos anos os pesquisadores de Alzheimer tem sido dirigidos pelo medo de uma devastação social que acontecerá com o crescimento do número de doentes de demência, o que levou os cientistas a procurar um caminho para uma cura que não existe. Porém o medo é um fator de motivação poderoso e muitas vezes racional. É bom reexaminar prioridades. “A última coisa que queremos é que os pesquisadores sejam confundidos pelo debate ou que se fechem para opções que os levariam a ousar perseguir uma alternativa tanto de cura quanto de prevenção da doença”.
Mesmo os autores do estudo dizem que é razoável procurar por algo mais arrojado:  “O homem foi à lua; várias doenças tidas como não curáveis são curadas agora”. Mas ele observam que nenhuma dessas é doença que causa senilidade. Não ainda.



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