Conhecer os fatores de risco da
depressão em idosos é o ponto de partida para saber se a pessoa idosa precisa
de ajuda emocional. O artigo da especialista Elena Lorente explica as
características que se associam aos estados
de depressão na terceira idade.
As pessoas
idosas têm que enfrentar muitas mudanças em sua vida: luto pelo
falecimento de parentes e amigos, doenças, estar cada vez mais dependente,
perder a memória e outras capacidades cognitivas, além de outros fatos que o
afetem de forma indireta, como o divórcio dos filhos.
1. Às vezes
custa muito enfrentar essas mudanças.
É quando a pessoa pode apresentar um estado de ânimo triste que não se resolve
e daí deriva uma depressão do tipo reativo. Assim, surgiria a depressão nos
últimos anos de vida, mas também a pessoa que sofreu crises de depressão
anteriormente é bem provável recair no momento que lhe sucedam situações como
essas ou similares. Diversos casos de depressão se redimem parcialmente,
parecem que estão recuperados, mas na realidade não estão, pois recaem quando
um fato adverso acontece.
2. O
enfrentamento de situações de vida tem a ver com fatores de personalidade e
comportamento, como a baixa
auto estima e o pessimismo, assim como a baixa
tolerância e a frustração. O
excesso de perfeccionismo e a necessidade de controlar tudo levam a que a
pessoa se frustre se algo não acontece segundo o esperado e desejado, e essa
frustração se acompanha de um estado de ânimo com tendência à tristeza. Se essa
é uma forma de pensamento habitual da pessoa, haverá fatores da personalidade
que predispõe ao padecimento da depressão do tipo reativo.
3. Uma situação de risco que aparece
frequentemente nos idosos é o passar a residir numa ‘casa de repouso’, quando a
pessoa não é suficientemente independente para viver em sua própria casa, seja
por deterioração cognitiva, física ou funcional. É uma fonte de stress e
insatisfação bastante compreensível, já que todos queremos estar em nossa
própria casa. Sem dúvida, ter que aceitar as primeiras limitações, perceber que
a cada dia está menos ágil, mais esquecido, confuso, e além disso ter que
enfrentar uma nova casa, estranha, produz frequentemente depressões do tipo
reativo. Por isso, muitos idosos que não querem essa situação e consideram que
viver numa casa de repouso é uma forma de abandono, têm uma grande
probabilidade de desenvolver depressão, aliada ao fato de que muitos deles se mostram
mais tristes diante da família para conseguir que os levem de volta a sua casa,
pois não se sentem bem ali e não estão adaptados. Esta não aceitação e o baixo
estado de ânimo dificultam a adaptação à casa de repouso.
4. É comum, também,
encontrar nas casas de repouso idosos de idades bastante avançadas que têm uma dependência física leve ou moderada, mas que
cognitivamente se encontram bem e que apresentam um estado de ânimo mais
triste. Os idosos desta geração não estavam conscientes de que iriam sobreviver
tantos anos, considerando que seus pais faleceram em idades menores. Ao dar-se
conta de que os dias passam, sua vida é monótona, não se encontram mal de
saúde, mas tampouco completamente bem, se sentem cansados de viver tantos anos.
Nesses casos é frequente que se manifestem ideias e desejos de morte, pois já
não querem seguir vivendo por que são muito idosos e para levar esse tipo de
vida que não é inativa mas também não é ativa, tudo isso leva ao
desenvolvimento de uma depressão.
5. Um dos fatores de risco mais
ligados à depressão é a solidão
e o isolamento. Se a pessoa sente que não tem pessoas de confiança que
possam responder por ela, não sabe a quem pedir ajuda se tiver um problema, ou
se sente desinformada sobre o que pode acontecer na sua vida cotidiana, e como
resolver – a essa condição diz-se que tem baixo apoio social percebido. Se a
pessoa idosa nunca sai de casa, não se relaciona com a vizinhança, sua família
está longe, etc...seu apoio social se vê diminuído, e é provável que a
pessoa se sinta só e isolada e assim desenvolva depressão.
6. Entre todos esses fatores de
risco de sofrer depressão, é preciso considerar que o estado de ânimo negativo pode aumentar progressivamente. A
depressão também pode ser secundária a outros problemas crônicos de saúde, como
o hipotiroidismo, a dor crônica, doenças neurológicas, e mesmo pessoas que
sofrem de anemia manifestam mais tristeza.
Se conhecemos esses fatores e os
identificamos na pessoa idosa, estaremos mais alertas diante da possibilidade
de depressão. Assim poderemos realizar uma ação preventiva e minimizar os
riscos.
Escrito por: Elena Lorente http://www.vedasabiduria.com/
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