A Caixa de
Recordações é uma técnica sensível e muito interessante que estimula a
mente e a memória. A especialista Ana Belén Martín explica como os
objetos que guardamos com o tempo ajudam a conectar com momentos importantes da
vida que fizeram a nossa identidade.
Quando abordamos o tema da
Terapia de Lembranças, uma das técnicas que cito como mais frequente e efetiva
é a chamada Caixa de Recordações. É uma estratégia tão interessante e
simples de se fazer, que vamos nos aprofundar mais um pouco no seu conceito e
utilização para torná-la mais acessível a qualquer pessoa que queira usá-la com
seu familiar, paciente etc...
A Caixa de
Recordações consiste em um lugar ou uma caixa na qual a pessoa possa
dispor de suas recordações mais significativas, por meio da compilação de
objetos pessoais, ou bens materiais que sejam comuns ao paciente ou a um grupo
de pacientes da mesma geração.
O uso da Caixa de
Recordações pode servir a diversas finalidades, dentre as quais
ressaltamos as seguintes:
- Sessões individuais de apoio psicológico.
- Terapias grupais de reminiscências.
- Grupos de conversação
- Momentos de validação – da identidade, da vida.
- Como estímulo para comunicar-se e compartilhar vivências com outras pessoas.
Esta caixa pode conter objetos de toda espécie.
Entre outros, poderíamos citar os seguintes:
Materiais gráficos.
- Fotografias pessoais
- Fotografias antigas não pessoais.
- Documentação antiga, como carnês de pagamento, documentos de afiliação a clubes, grupos ou entidades, cadernos de escola, livros didáticos...
- Agendas, cartas, cartões postais e de natal, anotações pessoais.
- Bilhetes, notas fiscais.
- Tickets de shows, teatro, espetáculos.
- Propagandas e folhetos de viagens.
- Coleção de figurinhas.
- Recortes de jornais e revistas.
- Livros de história antigos.
Materiais audiovisuais
- Músicas da época do paciente
- Letras de músicas.
- Vídeos documentais do passado.
- Filmes da coleção do paciente e filmes antigos
- Slides.
Outros objetos pessoais
- Roupas e acessórios antigos.
- Objetos antigos do paciente como relógios, jóias ou joguinhos.
- Perfumes de uso habitual do paciente no passado.
- Outro tipo de coleções, por exemplo moedas, selos...
É importante ressaltar que
a compilação destes materiais, uma vez que são fundamentalmente objetos
pessoais, deve contar sempre com a aprovação do paciente, pois “não se trata,
de forma alguma, de invadir sua intimidade, mas de facilitar a evocação de
recordações a partir de uma disposição emocional de aceitação, cooperação e
comunicação entre ambas as partes” (Andrés Sardiner).
Os exercícios com a Caixa de
Recordações são realizados no lugar onde o paciente recebe atenção,
onde ele se sentir à vontade. Deve-se procurar que os objetos incluídos não
tenham valor econômico nem emocional excessivamente alto, devido ao risco de
perda ou deterioração, caso a Caixa de Recordações tenha que
ser transportada para fora da residência. Mesmo assim, a sua utilização em
centros de terapia também serve ao propósito de proporcionar segurança ao
paciente, acompanhá-lo, favorecer sua orientação e nortear o sentido de
identidade e continuidade de sua vida; o objeto de apego converte-se num
facilitador para que a pessoa sinta-se bem no centro de terapia.
Acredito que uma estimulação cognitiva
constante, personalizada e flexível faz com que o avanço da doença de Alzheimer
e outras demências seja mais lento, e aporta qualidade de vida. Esta terapia
pretende ajudar o cuidador familiar e profissional a manter ao máximo as
capacidades do paciente e a ensiná-lo a assumir a doença.
Ana Belén Martin
Psicóloga especializada em incapacidades
Psicóloga especializada em incapacidades
Fonte: http://blog.infoelder.com
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muito bom o site de vcs, bastante esclarecedor parabens. Aparecida
ResponderExcluirAchei fantástica a idéia.
ResponderExcluirQuando fiz terapia no Revida ( grupo que atende a pacientes com câncer),os psicólogos usaram essa técnica. Foi muito gratificante para mim trazer à tona alguns objetos que guardo de minha infância e falar sobre eles e sentir o quanto foram significativos na minha vida.Parabéns pelo trabalho.Branca Vaccari