
“Dona Maria Aparecida, uma idosa forte e sadia de 83 anos, tem costume de tomar seu bromazepan para dormir. Mora sozinha com seu esposo, Seu Ademar, mais enfraquecido, depois da isquemia cerebral que lhe deixou o lado esquerdo do corpo mais lento. Uma bela noite, preocupada com a viagem da filha, com a família, para praia, não conseguiu dormir direito e teve a idéia de tomar mais um pedacinho do bromazepan. Como faz toda noite, levantou-se para urinar. Só que desta vez, ao caminhar para o banheiro, teve uma tonteira forte e caiu. Na queda, à entrada do banheiro, quebrou a perna,mais precisamente a cabeça do fêmur esquerdo. Ficou caída a noite inteira, pois não teve forças para se levantar, e seu marido não ouviu nada, dormindo a noite inteira. Quando a empregada chegou pela manhã, achou estranho que a patroa não tivesse ainda levantado. Qual não foi o susto, quando encontrou-a caída na porta do banheiro, toda urinada, falando coisas confusas e desconexas, pedindo para fazer o café de Ademar!”
A história acima se repete várias vezes, ao longo dos anos, em nossas cidades, testemunhada pelos nossos plantonistas da traumatologia e ortopedia. As quedas não são doenças, é claro, mas um dos piores eventos, uma das piores condições que levam a uma série de problemas e doenças em nossos idosos.
Alguns números:
Ocorrência de quedas por faixas etárias a cada ano:
32% em pacientes de 65 a 74 anos 35% em pacientes de 75 a 84 anos 51% em pacientes acima de 85 anos No Brasil, 30% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano.
Conseqüências:
5% das quedas resultam em fraturas. 5% a 10% resultam em ferimentos importantes necessitando cuidados médicos. Mais de dois terços daqueles que têm uma queda cairão novamente nos seis meses subseqüentes. Os idosos que caem mais de duas vezes em um período de seis meses devem ser submetidos a uma avaliação de causas tratáveis de queda. Quando hospitalizados, permanecem internados o dobro do tempo se comparados aos que são admitidos por outra razão.
No caso de dona Aparecida, o medicamento para dormir foi a causa de sua tonteira e queda (temos certeza que a partir desta queda, dona Aparecida perdeu muito de sua independência e autonomia). Porém, outras causas podem ocasionar as quedas, que vão desde os problemas de saúde do próprio idoso até as condições de moradia e acidentes em vias públicas.
Alguns exemplos de condições e problemas de saúde que podem ocasionar quedas em idosos:
O próprio envelhecimento é uma condição para predispor quedas, pois há uma lentidão dos reflexos posturais, dificuldades visuais, principalmente à noite, fraqueza muscular das pernas e braços. Lembrar que quanto mais velho for o idoso (idoso longevo), maior o risco de instabilidade postural e de desequilíbrio. Outros problemas visuais como a catarata e o glaucoma. Doenças neurológicas como a doença de Parkinson e os acidentes vasculares cerebrais. Doenças ortopédicas como as osteoartrose e osteoporose. Uso de medicamentos para dormir, medicamentos para coração e hipertensão (podem causar tonteiras e pressão baixa). quadros de incontinência urinária, principalmente quando houver a necessidade urgente de ir ao banheiro, levantando rápido da cama.
Lembramos que a maioria das quedas ocorre dentro da própria casa! Portanto, muitas das causas de quedas estão dentro de nossa própria casa, ou seja, podemos estar morando com o inimigo! As escadas, o banheiro, a sala de estar, os quartos e a cozinha podem, potencialmente, provocar quedas. Vamos dar alguns exemplos:
Pisos escorregadios, com superfícies lisas, úmidas e enceradas; pisos irregulares, ainda em construção, tacos soltos ou pisos quebrados. Tapetes soltos e desfiados, que podem deslizar e causar tropeções. Obstáculos no chão: fios elétricos, brinquedos, mesas pequenas, animais domésticos… Iluminação deficiente: luzes fracas, iluminando mal os ambientes, ou luzes mal posicionadas, causando reflexos diretos nos olhos dos idosos. Ambientes com várias tonalidades de uma mesma cor: os idosos não distinguem com clareza estes tons( móveis, chãos e portas de uma mesma cor), causando confusão e risco de quedas. Camas de altura inadequada, baixa demais ou alta demais. Cadeiras baixas e sem braços para apoio. Móveis frágeis, principalmente se localizados em corredores onde os idosos os façam também como apoio. Escadas sem corrimão e com degraus altos e inapropriados, mal sinalizados, sem pisos antiderrapantes e com iluminação deficiente (ufa!). Vasos sanitários baixos e sem apoios laterais. Falta de apoios laterais nos boxes, para o banho. Calçados inapropriados, não emborrachados nos solados, como chinelinhos de flanela.Algumas medidas preventivas, preconizadas pelas Diretrizes da Associação Médica Brasileira, para reduzir o impacto das quedas em idosos:
Acesse nosso site: www.lifeangels.com.br
Referências: http://www.cuidardeidosos.com.br/como-evitar-quedas-nos-idosos/
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/184queda_idosos.html]
http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_manual/20.pdf
Muito interessante estas informações,pois minha mãe confunde as cores do piso justamente pelo fato de que a escada e o piso tem a mesma cor e ela já teve mais de uma queda,sendo que na primeira machucou até a Bacia,mas felizmente se recuperou graças a Deus,obrigado pelas dicas.
ResponderExcluirMuito bom esse artigo,pois minha mãe é idosa e já sofreu uma queda,mas felizmente se recuperou,em relação a confundir as cores é verdade também,pois quando são iguais no caso da minha casa a escada e o piso gera uma confusão na visão dos idosos realmente.
ResponderExcluirMinha mãe já teve várias quedas,esta com 86 anos , é muito rebelde , relata ter muita tontura e apresenta sintomas de ALZHEIMER, estamos muito preocupados ...
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