LOS ANGELES TIMES - EDITORIAL
Em estudo publicado no “Journal of Alzheimer's Disease”, um grupo de pesquisadores liderados pelo Dr.
Ming Chen sugere que as “tremendas pressões sociais” levaram cientistas a
procurar uma cura para a doença de Alzheimer que talvez não exista.
Ensaio sugere que a doença de Alzheimer é incurável (Michael Morgenstern / For the Times) |
Todos os pesquisadores de Alzheimer concordam: a
doença que rouba a mente é desoladora. Depois de três décadas de estudo que não
produziram a cura, nem medicamentos que possam retardar significativamente o
progresso da doença, alguns pesquisadores perguntam: E se não existe cura para
o Alzheimer? E se é apenas um infeliz porém inevitável aspecto do
envelhecimento, assim como as rugas da pele, a oesteoporose ou a doença
cardíaca?
Em estudo publicado em
dezembro no “Journal of Alzheimer's Disease”, um grupo de pesquisadores
liderados pelo Dr. Ming Chen, da University of
South Florida, sugere que a pressão social levou os cientistas a focar o
Alzheimer como uma doença curável. A despeito de todas as pesquisas, no
entanto, eles dizem que a causa desse mal permanece desconhecida e “não há
perspectivas de grandes progressos no futuro”. Os estudiosos não estão propondo
desistir de tratar o Alzheimer. De fato, é o contrário: eles acreditam que os
cientistas deveriam rever o foco dos seus esforços – ao invés de procurar um
vilão patogênico subjacente, procurar meios de manipular a neurotransmissão no
cérebro.
Em outras palavras,
desenfatizar a busca pela cura e procurar por meios efetivos de prevenção e
tratamento, focando na demência como parte do processo de envelhecimento. Eles
acentuam a importância de controlar os fatores de risco, como diabetes e
hipertensão, que predispõem ao desenvolvimento de Alzheimer, e energizar o
cérebro através de atividades sociais.
Com o
envelhecimento da geração baby boomer, a demência se tornará um grande problema
social e de saúde pública. Cientistas seriam omissos se não reavaliassem
constantemente suas missões e objetivos de pesquisa, reconsiderando as
prioridades de financiamento de seus estudos. Eles deveriam certamente procurar
mais tratamentos eficazes para o Alzheimer, e existem indicações de que estão
procurando. Alguns pesquisadores de grande importância acreditam que eles
estão, de fato, muito perto de retardar o processo molecular no centro da
doença. Outros dizem que múltiplos fatores causam a condição, o que a torna ‘uma
castanha dura de quebrar’, de acordo com Ronald Petersen, diretor do Centro de
Pesquisas sobre Alzheimer da Clínica Mayo, em Minnesota, EUA.
O Dr. Ming
Chen, líder da equipe responsável pelo estudo, diz que por muitos anos os
pesquisadores de Alzheimer tem sido dirigidos pelo medo de uma devastação
social que acontecerá com o crescimento do número de doentes de demência, o que
levou os cientistas a procurar um caminho para uma cura que não existe. Porém o
medo é um fator de motivação poderoso e muitas vezes racional. É bom reexaminar
prioridades. “A última coisa que queremos é que os pesquisadores sejam
confundidos pelo debate ou que se fechem para opções que os levariam a ousar
perseguir uma alternativa tanto de cura quanto de prevenção da doença”.
Mesmo os
autores do estudo dizem que é razoável procurar por algo mais arrojado: “O homem foi à lua; várias doenças tidas como
não curáveis são curadas agora”. Mas ele observam que nenhuma dessas é doença
que causa senilidade. Não ainda.
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