quinta-feira, 21 de julho de 2011 9:30 cuidadores de idosos;cuidadores de idosos;cuidadores de idosos;
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No Rio, mais da metade dos idosos que chegam a hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) na modalidade de cuidados prolongados ficam mais de seis meses internados. Em 16,5% dos casos, o período ultrapassa dois anos. A longa internação caracteriza o que especialistas chamam de institucionalização hospitalar, quando o local de moradia passa a ser a instituição de saúde.
Foram analisadas 4.575 guias de internação de cuidados prolongados emitidas para pacientes com mais de 60 anos entre 2001 e 2007. No período, só 20% receberam alta. Chama a atenção o fato de 35,3% terem morrido durante a internação. Seguiam internados 35,7% dos pacientes - 9% foram transferidos.
O levantamento, coordenado pela demógrafa Dalia Romero, do Centro de Informação Científica e Tecnológica da Fundação Oswaldo Cruz, foi publicado no livro Cuidados para a População Idosa: de Quem é a Responsabilidade?, editado no ano passado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Para a coordenadora de População e Cidadania do Ipea, Ana Amélia Camarano, organizadora do livro, é urgente que se defina uma política de cuidados de longa duração para idosos. A pesquisa mostra que 20% dos pacientes com mais de 60 anos internados por cuidados prolongados estão nos hospitais por "motivo sociofamiliar". "Esse idoso está em risco. Ele não faz atividades, não tem um papel social. Ele fica ali esperando a morte", diz Camarano.
No Rio, a internação por cuidados prolongados de pacientes entre 60 e 64 anos é quatro vezes maior que a média nacional. As hipóteses apontadas são de que isso ocorre porque há menor disponibilidade desse serviço em outras regiões, atenção básica (postos de saúde e Programa de Saúde da Família) insuficiente no Estado e taxa menor de fecundidade - famílias reduzidas têm menor rede de apoio a idosos.
"É preciso ter aumento da oferta de leitos em instituições de longa permanência para idosos (nome técnico dos abrigos). Um leito nessa instituição custa quase a metade do preço de um leito hospitalar e o idoso tem um atendimento mais adequado", diz Ana Amélia. Ela defende a criação de um programa de apoio para o familiar cuidador, com remuneração, inserção no INSS e até mesmo folgas. "É preciso lembrar que ele passa 24 horas por dia, sete dias por semana, em função do seu familiar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. AE
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